Design de Mídias Participativas/Procedimento de Coleta de Dados
O sistema de avaliação dos sites será construído com base em sistema de avaliação heurística de usabilidade. O modelo apresentado a seguir foi elaborado por Cláudia Dias, seguindo as heurísticas e critérios ergonômicos de Nielsen, Bastien & Scapin, entre outros.
Heurísticas para avaliação de usabilidade de portais corporativos
Guia elaborado em 10 de Maio de 2001 Este documento foi elaborado por Cláudia Dias, MSc em Ciência da Informação (Universidade de Brasília), e extraído de sua dissertação de Mestrado - Referência: DIAS, Cláudia. Métodos de avaliação de usabilidade no contexto de portais corporativos: um estudo de caso no Senado Federal. Brasília: Universidade de Brasília, 2001. 229p.
Este documento encontra-se no endereço: http://www.geocities.com/claudiaad/heuristicas_web.html.
Introdução
As heurísticas definidas neste documento basearam-se na experiência prática de vários pesquisadores em testes com usuários. Foram consideradas, em especial, as heurísticas de usabilidade para web de Nielsen (1994), os critérios ergonômicos de Bastien & Scapin (1993), as recomendações de Bevan (1998), Instone (1997) e Nielsen (1994-1999), as "regras de ouro" para o projeto de interfaces de Shneiderman (1998) e o guia de estilos para serviços de informação via web de Parizotto (1997).
Heurísticas para avaliação de usabilidade de portais corporativos
Heurística 1 - Visibilidade e reconhecimento do estado ou contexto atual, e condução do usuário |
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Esta heurística refere-se aos meios disponíveis para informar, orientar e conduzir o usuário durante a interação com o portal corporativo.
Em virtude da forma hipertextual, não-linear de interação e da quantidade de páginas disponíveis na Internet, um dos maiores problemas identificados em testes com usuários é sua desorientação. Para minimizar os efeitos dessa desorientação, o portal deve sempre manter o usuário informado quanto à página em que ele se encontra, como chegou até essa página e quais são suas opções de saída, isto é, onde ele se encontra numa seqüência de interações ou na execução de uma tarefa. Uma boa condução facilita o aprendizado e a utilização do portal, possibilitando um melhor desempenho e a diminuição do número de erros. Se os usuários puderem reconhecer onde estão simplesmente olhando para a página em que se encontram, sem a necessidade de relembrarem o caminho percorrido a partir da página principal, a probabilidade de se perderem ou ficarem desorientados será menor. Recomendações:
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Heurística 2 - Projeto estético e minimalista |
Esta heurística refere-se às características que possam dificultar ou facilitar a leitura e a compreensão do conteúdo disponível no portal. Dentre essas características, destacam-se a legibilidade, a estética e a densidade informacional.
Um portal legível e esteticamente agradável facilita a leitura da informação nele apresentada, melhorando inclusive o desempenho do usuário na realização da tarefa proposta e influenciando seu nível de satisfação durante a interação com o portal. Além disso, quanto menos o usuário for distraído por informação desnecessária, maior a probabilidade desse usuário desempenhar suas tarefas de forma eficiente, e menor a probabilidade de erros. O portal não deve conter informações irrelevantes ou raramente necessárias, pois cada unidade extra de informação compete com as unidades relevantes de informação, diminuindo a visibilidade relativa das informações importantes. Na maioria das tarefas, o desempenho dos usuários piora quando a densidade de informação é muito alta ou muito baixa, acarretando a ocorrência mais freqüente de erros. É recomendável estabelecer níveis de detalhamento, apresentando, em primeiro plano, os aspectos mais importantes e gerais, deixando os detalhes para outras páginas suplementares que poderão ser acessadas pelos usuários interessados em mais informações sobre o assunto. Recomendações:
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Heurística 3 - Controle do usuário |
Esta heurística relaciona-se ao controle que o usuário sempre deve ter sobre o processamento de suas ações pelo portal.
Os usuários de qualquer sistema interativo esperam deter controle sobre o sistema, fazendo com que este responda a suas solicitações e expectativas. Ações inesperadas do sistema, infindáveis seqüências de entrada de dados, incapacidade ou dificuldade em obter a informação necessária e incapacidade em produzir os resultados desejados contribuem para o aumento da ansiedade e da insatisfação do usuário. As ações do portal devem ser reversíveis, isto é, o usuário deve ser capaz de desfazer pelo menos a última ação realizada. Essa capacidade diminui a ansiedade, pois o usuário sabe, de antemão, que os erros cometidos podem ser corrigidos, encorajando-o a explorar opções desconhecidas do portal. Recomendações:
Restringir a pesquisa dos serviços de busca apenas ao conteúdo do portal.
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Heurística 4 - Flexibilidade e eficiência de uso |
Esta heurística diz respeito à capacidade do portal em se adaptar ao contexto e às necessidades e preferências do usuário, tornando seu uso mais eficiente.
Em função da diversidade de tipos de usuários de um portal, é necessário que sua interface seja flexível o bastante para realizar a mesma tarefa de diferentes maneiras, de acordo com o contexto e com as características de cada tipo de usuário. Deve-se fornecer ao usuário procedimentos e opções diferentes para atingir o mesmo objetivo, da forma que mais lhe convier. Além da flexibilidade, outros procedimentos podem ser adotados para tornar o uso do portal mais eficiente, tais como a eliminação de páginas ou passos desnecessários em uma seqüência para a realização de uma tarefa e o uso de valores padronizados, sem a necessidade de digitação por parte do usuário. Recomendações:
menos de um segundo entre páginas. menos de dez segundos para download de arquivos.
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Heurística 5 - Prevenção de erros |
Esta heurística relaciona-se a todos os mecanismos que permitem evitar ou reduzir a ocorrência de erros, assim como corrigir os erros que porventura ocorram.
As interrupções provocadas por erros de processamento têm conseqüências negativas sobre a atividade do usuário com o portal, prolongando e perturbando a realização de suas tarefas. Quanto menor a probabilidade de erros, menos interrupções ocorrem e melhor o desempenho do usuário. Para possibilitar a correção de erros, é importante que as mensagens de erro sejam pertinentes, legíveis, redigidas em linguagem natural (sem códigos), exatas quanto à natureza do erro cometido, e sugiram possíveis ações para sua correção. Dessa forma, as mensagens de erro favorecem o aprendizado do sistema, ao indicar ao usuário a razão do erro e suas possíveis correções. Entretanto, melhor do que boas mensagens de erro é, em primeiro lugar, prevenir a ocorrência de erros. Recomendações:
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Heurística 6 - Consistência |
Consistência refere-se à homogeneidade e coerência na escolha de opções durante o projeto da interface do portal (denominação, localização, formato, cor, linguagem). Contextos ou situações similares devem ter tratamento e/ou apresentação similares.
Um projeto consistente facilita o reconhecimento, o aprendizado, a localização e, por fim, a utilização de um portal por seus usuários. A padronização de formatos, localizações e sintaxe torna o portal mais previsível, diminuindo a incidência de erros e as dificuldades de aprendizado e compreensão. É conveniente padronizar tanto quanto possível os elementos do portal quanto a seu formato, cor, localização e denominação, para que o usuário identifique mais facilmente situações e elementos similares e realize suas tarefas com maior rapidez. A falta de homogeneidade pode comprometer tanto o desempenho quanto a satisfação do usuário com o portal. Recomendações:
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Heurística 7 - Compatibilidade com o contexto |
Esta heurística refere-se à correlação direta entre o portal e seu contexto de aplicação. As características do portal devem ser compatíveis com as características dos usuários e das tarefas que estes pretendem realizar com o portal.
O desempenho dos usuários de qualquer sistema interativo melhora quando os procedimentos necessários ao cumprimento da tarefa são compatíveis com as características psicológicas, culturais e técnicas dos usuários; e quando os procedimentos e as tarefas são organizados de acordo com as expectativas e costumes dos usuários. O portal deve "falar" a língua do usuário, com palavras, frases e conceitos familiares, ao invés de termos técnicos relacionados ao portal ou à tecnologia web. As convenções do mundo real devem ser seguidas, apresentando informações em uma ordem lógica e natural. Recomendações:
Utilizar palavras da linguagem natural e/ou técnica corporativa que sejam familiares aos usuários.
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Adaptação aos parâmetros de análise do Design de Mídias Participativas
A partir da pesquisa bibliográfica realizada, foi possível enumerar diversos parâmetros que precisam ser levados em consideração durante o processo de criação ou análise de uma ferramenta de inteligência coletiva. São eles:
- É voltada para comunicação horizontal?
- Rede articulada ou desarticulada?
- Inteligência Coletiva consciente, inconsciente ou plena?
- Possui um ambiente de usuário, que apresente claramente seu status na rede e disponibilize ferramenta de participação?
- Possui um ambiente de comunidade, que conjugue a participação de todos e ofereça instrumentos de interação?
- Possui estratégias de Animação da comunidade, capazes de incentivar a participação em quantidade e qualidade?
- Possui ferramentas de busca e navegação eficientes na pesquisa por informações, grupos ou pessoas?
- Possui um ambiente de administração capaz de observar a atividade dos usuários e comunidades?
- Disponibiliza instrumentos que favoreçam o desenvolvimento do laço social pelo aprendizado e pela troca de saber?
- É capaz de agenciar a comunicação de forma a escutar, integrar e restituir a diversidade, ao invés de reproduzir a difusão midiática tradicional?
- É voltado para ajudar na autonomia de cada pessoa envolvida?
- Possui uma engenharia de exploração e valorização de todas as competências e potencialidades acumuladas nesta comunidade?