Civilizações da Antiguidade/As primeiras conquistas do Homem: mudanças entre as edições
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A utilização do fogo provocou ainda alterações físicas, demográficas e sociais na vida das primeiras comunidades. | A utilização do fogo provocou ainda alterações físicas, demográficas e sociais na vida das primeiras comunidades. |
Edição das 21h02min de 23 de janeiro de 2015
Os Seres Humanos não apareceram na Terra num momento que possa ser marcado cronologicamente de forma exata. Pelo contrário: a espécie humana é o resultado duma evolução constante, de caráter físico e intelectual, que se prolongou por milhões de anos. Dessa evolução possuímos apenas alguns dados arqueológicos que nos permitem apresentar teorias e chegar a algumas conclusões.
Os temas que abordaremos a seguir retratam algumas das primeiras grandes conquistas do homem, conquistas fundamentais para a sua sobrevivência e progresso.
A produção de instrumentos
O período de evolução dos primeiros seres humanos designa-se por humanização (transição de hominídeo para homem) e foi um processo lento e gradual. A primeira grande característica que o diferenciou dos restantes primatas foi a sua capacidade para se erguer numa posição vertical - a bipedia.
Esta passagem de quadúpede a bípede foi fundamental no seu processo de evolução, pois libertou-lhe as mãos da função locomotora, e passou a poder dispor das mãos - agora livres - para outros fins: apanhar alimentos, segurar, lançar, agarrar,, partir pedras e outros objetos.
Estas atividades possibilitaram que o polegar se tornasse oponível aos restantes dedos e a mão ganhou uma maior agilidade.
A agilidade manual possibilitou ao Homem o fabrico e a utilização de instrumentos. Passou a designar-se, assim, Homo Habilis.
A verticalização, a libertação das mãos e a utilização destas em atividades que estimulam os processos mentais provocaram um aumento da caixa craniana e massa cerebral. No cérebro desenvolvido iria situar-se o centro da inteligência.
A partir da pedra, osso e marfim: primeiros instrumentos
Através de estudos efetuados pela arqueologia pudemos chegar à conclusão de que a madeira, o osso, os chifres e os dentes de certos animais, como, por exemplo, da rena e do mamute, serviram de matérias primas para o fabrico dos primeiros instrumentos.
Mas foram essencialmente os instrumentos de pedra, sobretudo de sílex ou seixo, que chegaram até nós em maior quantidade e variedade (devido à sua maior resistência relativamente aos outros materiais referidos).
Os mais antigos instrumentos de pedra conhecidos eram os rudimentares seixos partidos. Estes instrumentos de pedra lascada foram sendo gradualmente aperfeiçoados pelo homem cada vez mais capaz, ao longo do Paleolítico pelo meio de técnicas de corte de pedra.
Foram assim produzidos os primeiros bifaces que serviam para rasgar a pele e a carne dos animais, e processar plantas comestíveis.
Domínio do fogo
Coube ao Homo erectus, sucessor do Homo habilis, o domínio da primeira fonte de energia: o fogo. A sua utilização provocou profundas alterações na vida do homem:
- Os alimentos passaram a ser cozinhados, tornando-se mais saborosos e fáceis de digerir;
- Iluminação e aquecimento dos locais frios e escuros tornou mais fácil a permanência nas cavernas;
- A defesa face aos animais ferozes tornou-se mais eficaz, pois estes temiam o fogo;
- O fabrico dos instrumentos aperfeiçoou-se com o endurecimento, pelo fogo, das pontas das lanças, tornando-as mais resistentes.
A utilização do fogo provocou ainda alterações físicas, demográficas e sociais na vida das primeiras comunidades.
Assim, a ingestão de alimentos cozidos conduziu a alteração da nutrição e, consequentemente do formato do rosto. Uma melhor e mais variada alimentação proporcionou uma maior resistência às doenças e à morte, o que contribuiu para um aumento populacional.
Por último, o convívio à volta da fogueira teria conduzido à um forte sentimento de união entre os elementos do grupo, contribuindo para o desenvolvimento da própria linguagem.