Português/Classificação das palavras/Verbos/Vozes: mudanças entre as edições
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*João comeu o bife. | *''João comeu o bife.'' | ||
*O bife foi comido por João. | *''O bife foi comido por João.'' | ||
Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Acontece que no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que João exerce sobre o bife, no segundo, ocorre o contrário. Isto são as vozes do verbo, numa a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas frases, temos: | Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Acontece que no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que João exerce sobre o bife, no segundo, ocorre o contrário. Isto são as vozes do verbo, numa a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas frases, temos: | ||
*[[Português/Termos essenciais/Sujeito|Sujeito]] = ''João'' no exemplo 1, ''O bife'' no exemplo 2. | *[[Português/Termos essenciais/Sujeito|Sujeito]] = ''João'' no exemplo 1, ''O bife'' no exemplo 2. | ||
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::''Meu carro foi roubado ontem na minha rua.'' - ''Meu carro'' foi roubado por quem? | ::''Meu carro foi roubado ontem na minha rua.'' - ''Meu carro'' foi roubado por quem? | ||
Como não se sabe quem roubou o carro o agente da passiva é indeterminado. A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto. | Como não se sabe quem roubou o carro o agente da passiva é indeterminado. A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto. | ||
::''A lei <u>deve ser obedecida</u> por todos'' | ::''A lei <u>deve ser obedecida</u> por todos.'' | ||
::''A missa <u>deve ser assistida</u> por nós em silêncio'' | ::''A missa <u>deve ser assistida</u> por nós em silêncio.'' | ||
Tal frase está em linguagem coloquial, porque os verbos ''obedecer'' e ''assistir'' precisam de um complemento, a pessoa obedece ''algo a alguém'' e assistem ''algo''. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa: | Tal frase está em linguagem coloquial, porque os verbos ''obedecer'' e ''assistir'' precisam de um complemento, a pessoa obedece ''algo a alguém'' e assistem ''algo''. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa: | ||
::''Todos devem obedecer à lei'' | ::''Todos devem obedecer à lei.'' | ||
::''Devemos assistir à missa em silêncio'' | ::''Devemos assistir à missa em silêncio.'' | ||
{{aviso|O agente da passiva sempre é introduzido pela preposição ''por'', contraída ou não.}} | {{aviso|O agente da passiva sempre é introduzido pela [[Português/Classificação das palavras/Preposições|preposição]] ''por'', [[Português/Classificação das palavras/Preposições/Contrações|contraída]] ou não.}} | ||
==== Passiva Analítica ==== | ==== Passiva Analítica ==== | ||
{{ênfase|É formada pelo uso dos verbos auxiliares ''ser'' e ''estar'' e o [[Português/Classificação das palavras/Verbos/Particípio, Gerúndio e tempos compostos e perifrásticos|particípio]] de certos verbos ativos, como: ''ser visto'' (sou visto, és visto, é visto...); ''estar abatido'' (estou abatido, estava abatido....). Raramente, a passiva analítica aparecerá com outros verbos que desempenharão a função de [[Português/Classificação das palavras/Verbos/Uso|verbo auxiliar]]. }} | {{ênfase|É formada pelo uso dos verbos auxiliares ''ser'' e ''estar'' e o [[Português/Classificação das palavras/Verbos/Particípio, Gerúndio e tempos compostos e perifrásticos|particípio]] de certos verbos ativos, como: ''ser visto'' (sou visto, és visto, é visto...); ''estar abatido'' (estou abatido, estava abatido....). Raramente, a passiva analítica aparecerá com outros verbos que desempenharão a função de [[Português/Classificação das palavras/Verbos/Uso|verbo auxiliar]]. }} | ||
Exemplo: | Exemplo: | ||
::Alice vinha conduzida pelo namorado. - Voz passiva analítica | ::''Alice vinha conduzida pelo namorado.'' - Voz passiva analítica | ||
::O namorado conduzia Alice. - Voz ativa | ::''O namorado conduzia Alice.'' - Voz ativa | ||
É importante observar que o tempo verbal da voz activa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (''vir'') está no mesmo tempo que o verbo principal da voz activa (''conduzir''), o pretérito imperfeito. Exemplo: | É importante observar que o tempo verbal da voz activa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (''vir'') está no mesmo tempo que o verbo principal da voz activa (''conduzir''), o pretérito imperfeito. Exemplo: | ||
::O caçador '''matou''' a raposa. - Verbo principal no pretérito perfeito | ::''O caçador '''matou''' a raposa''. - Verbo principal no pretérito perfeito | ||
::A raposa '''foi morta''' pelo caçador. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito | ::''A raposa '''foi morta''' pelo caçador''. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito | ||
==== Passiva sintética ou pronominal ==== | ==== Passiva sintética ou pronominal ==== | ||
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O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural levará o verbo também para o plural. | O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural levará o verbo também para o plural. | ||
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Edição das 00h54min de 9 de novembro de 2010
Existem dois tipos de vozes verbais, a voz ativa e a voz passiva. Observe as seguintes frases:
- João comeu o bife.
- O bife foi comido por João.
Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Acontece que no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que João exerce sobre o bife, no segundo, ocorre o contrário. Isto são as vozes do verbo, numa a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas frases, temos:
- Sujeito = João no exemplo 1, O bife no exemplo 2.
- Verbo = comeu no exemplo 1, foi comido no exemplo 2.
- Complemento = o bife no exemplo 1 (objeto direto), por João no exemplo 2 (agente da passiva)
Então, frases com as seguintes vozes, caracterizam-se por:
- Frase na voz ativa = Sujeito da voz ativa + verbo na voz ativa + objeto direto
- Frase na voz passiva = Sujeito da voz passiva + verbo na voz passiva + agente da passiva
Concluímos que:
- O sujeito da voz ativa é o agente da voz passiva (neste caso, João)
- O objeto direto na voz ativa é o sujeito paciente da voz passiva (neste caso, O bife)
Voz ativa
- Exemplo: O diretor da escola maltratou Alice. (O diretor da escola é o agente da ação verbal, ou seja, ela é praticada por ele).
Voz passiva
- Ver também: Agente da Passiva
Exemplo:
- Alice foi maltratada pelo diretor da escola.
- Os problemas seriam resolvidos pelos funcionários da empresa na reunião.
Alice, Os problemas são sujeitos pacientes porque recebem a ação praticada pelo agente da ação verbal, diretor da escola e funcionários da empresa, respectivamente. O agente da passiva também pode ser indeterminado, como no seguinte exemplo:
- Meu carro foi roubado ontem na minha rua. - Meu carro foi roubado por quem?
Como não se sabe quem roubou o carro o agente da passiva é indeterminado. A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto.
- A lei deve ser obedecida por todos.
- A missa deve ser assistida por nós em silêncio.
Tal frase está em linguagem coloquial, porque os verbos obedecer e assistir precisam de um complemento, a pessoa obedece algo a alguém e assistem algo. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa:
- Todos devem obedecer à lei.
- Devemos assistir à missa em silêncio.
Passiva Analítica
Exemplo:
- Alice vinha conduzida pelo namorado. - Voz passiva analítica
- O namorado conduzia Alice. - Voz ativa
É importante observar que o tempo verbal da voz activa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (vir) está no mesmo tempo que o verbo principal da voz activa (conduzir), o pretérito imperfeito. Exemplo:
- O caçador matou a raposa. - Verbo principal no pretérito perfeito
- A raposa foi morta pelo caçador. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito
Passiva sintética ou pronominal
Exemplo:
- Vendem-se jóias.
No exemplo acima, jóias não pratica a ação de vender, mas isso sim, sofre essa acção. Portanto, jóias não é o agente da acção verbal, sendo o sujeito paciente e o verbo é passivo, sendo essa passividade indicada pelo pronome se. Essa mesma oração pode ser expressa por outras vozes:
- Jóias são vendidas. (passiva analítica)
- Vendem as jóias. (ativa)
O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural levará o verbo também para o plural.