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É importante observar que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (''ser'') está no mesmo tempo que o verbo principal da voz ativa (''conduzir''), o pretérito imperfeito. Exemplo: | É importante observar que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (''ser'') está no mesmo tempo que o verbo principal da voz ativa (''conduzir''), o pretérito imperfeito. Exemplo: | ||
::''O caçador '''matou''' a raposa''. - Verbo principal no pretérito perfeito | ::''O caçador '''matou''' a raposa''. - Verbo principal no pretérito perfeito | ||
::''A raposa '''foi morta''' pelo caçador''. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito | ::''A raposa '''foi morta''' pelo caçador''. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito. | ||
==== Passiva sintética ou pronominal ==== | ==== Passiva sintética ou pronominal ==== |
Edição das 01h00min de 9 de abril de 2013
Predefinição:PT-ILP O sujeito pode ser considerado o termo de maior ênfase na oração, por ter um local exclusivo, o início, e pelo fato de o predicado referir-se inteiramente a ele. A construção deste processo é importantíssimo, pois remete a visão do eu-lírico sobre a declaração, isto é, a visão da história. Veja:
- Aquelas pessoas venceram a doença.
- A doença foi vencida por aquelas pessoas.
No primeiro caso, o processo sintático, a ação realizada no decorrer do corpus, a visão textual, é dada ao sujeito - aquelas pessoas; é transmitida a ideia de que se não houvesse aquelas pessoas, não haveria aquela doença. No segundo caso, a visão textual recai sobre o sujeito a doença, é transmitida a ideia de que se não houvesse aquela doença, aquelas pessoas não teriam a menor importância ao contexto.
Esta alteração enfática é dada às vozes verbais, que fazem com que um simples complemento verbal, transforme-se no sujeito:
- Aquelas pessoas venceram a doença. → voz ativa
- A doença foi vencida por aquelas pessoas. → voz passiva
Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Acontece que no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que aquelas pessoas exercem sobre a doença, no segundo, ocorre o contrário. Numa, a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra, ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas orações, temos:
Termo 1 | Termo 2 | Termo 3 | |
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Voz ativa | Aquelas pessoas | venceram | a doença |
Voz passiva | A doença | foi vencida | por aquelas pessoas |
Veja que, os termos são os mesmos, mas a ordem deles, da voz ativa para a passiva, foi mudada (as mesmas cores mostram os mesmos termos). Em sintaxe, cada um destes termos tem a seguinte nomenclatura, uma para voz ativa e outra para a voz passiva:
Termo 1 | Termo 2 | Termo 3 | |
---|---|---|---|
Voz ativa | |||
Voz passiva |
Concluímos que:
- O sujeito da voz ativa (ou sujeito ativo) é o agente da voz passiva (ou agente passivo - neste caso, Aquelas pessoas);
- O objeto direto na voz ativa é o sujeito paciente da voz passiva (ou sujeito passivo - neste caso, A doença).
Voz ativa
- Exemplo: O diretor da escola maltratou Alice. (O diretor da escola é o agente da ação verbal, ou seja, a ação maltratar é praticada por ele).
Voz passiva
- Ver também: Agente da Passiva
Exemplo:
- Alice foi maltratada pelo diretor da escola.
- Os problemas seriam resolvidos pelos funcionários da empresa na reunião.
Alice, Os problemas são sujeitos pacientes porque recebem a ação praticada pelo agente da ação verbal, diretor da escola e funcionários da empresa, respectivamente. O agente da passiva também pode ser indeterminado, como no seguinte exemplo:
- Meu carro foi roubado ontem na minha rua. - Meu carro foi roubado por quem?
Como não se sabe quem roubou o carro o agente da passiva é indeterminado. A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto, ou seja, verbo transitivo direto.
- A lei deve ser obedecida por todos.
- A missa deve ser assistida por nós em silêncio.
Tais frases estão em linguagem coloquial, porque os verbos obedecer e assistir precisam de um complemento, o sujeito obedece a alguém e assistem a algo. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa:
- Todos devem obedecer à lei.
- Devemos assistir à missa em silêncio.
Passiva analítica
Exemplo:
- Alice era conduzida pelo namorado. - Voz passiva analítica
- O namorado conduzia Alice. - Voz ativa
É importante observar que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (ser) está no mesmo tempo que o verbo principal da voz ativa (conduzir), o pretérito imperfeito. Exemplo:
- O caçador matou a raposa. - Verbo principal no pretérito perfeito
- A raposa foi morta pelo caçador. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito.
Passiva sintética ou pronominal
Exemplo:
- Vendem-se jóias.
No exemplo acima, jóias não pratica a ação de vender, mas sim, sofre essa ação. Portanto, jóias não é o agente da ação verbal, mas o sujeito paciente. O verbo é passivo, sendo essa passividade indicada pelo pronome se. Essa mesma oração pode ser expressa por outras vozes:
- Jóias são vendidas. (passiva analítica)
- Vendem as jóias. (ativa)
O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural, levará o verbo também para o plural.
Ativo-Passiva
A voz ativo-passiva recebe este nome pelo fato de o sujeito da oração receber a ação (ou seja, voz passiva), mas ao mesmo tempo, este não ser o sujeito real, estando o verbo em sua forma simples (e não em locução). Nestes casos o sujeito é indeterminado e a frase pode ser passada para a voz ativa e às vozes passivas:
- Pedra preciosa vende a preço justo. - voz ativo-passiva
- Pedra preciosa é vendida a preço justo. - voz passiva analítica
- Vende-se pedra preciosa a preço justo. - voz passiva sintética
- Vendem pedra preciosa a preço justo. - voz ativa
É notável que seu uso não é constante na língua e que muitas vezes é considerada coloquial.
Reflexiva
- Ver módulo: Conjugação reflexiva