Introdução à Química/Combustíveis fósseis: mudanças entre as edições
imported>Jorge Morais (remoção (conteúdo copiado da Wikipédia: desculpe =(; ligações internas); acentuação) |
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=== Implicações ambientais === | === Implicações ambientais === | ||
O ÚLTIMO RESPIRO DE AR PURO! | |||
Um olhar socioambientalista sobre os impactos da exploração e queima do carvão mineral. | |||
A poluição também está se tornando sofisticada e esperta. Não é mais como antigamente que ‘’desfilava publicamente pelos rios e pela atmosfera’’. Ela agora é quase invisível. Aqui não região carbonífera do Sul de Santa Catarina, mais precisamente em Criciúma, até a década de 1980, havia um cheiro insuportável de enxofre no ar, tipo ovo podre para quem chegava à cidade. Havia também montanhas de rejeitos expostos e centenas de lagos ácidos. As montanhas lembravam paisagens lunares. Os lagos ácidos chamavam atenção pela coloração ora vermelha ora amarela. A mineração agora utiliza muita água para reduzir a poeira que causa a incurável pneumonoconiose, mas ainda mantém o pobre mineiro num ambiente promíscuo e insalubre embaixo da terra para sobreviver doente sobre a mesma. O Estado reconhece o trabalho escravizante e exploratório do mineiro, por isso que o aposenta com 15 anos de tempo de serviço. | |||
Por volta de 1998 fotografamos os lagos mais ‘’impressionantes’’, publicamos na internet e em exposições fotográficas na região, vindo chamar a atenção do Dr. Paulo Afonso Blum Vaz, Juiz Federal da Comarca de Criciúma, que vez ou outra nos solicitava para apresentar em suas palestras pelo Brasil. Em Janeiro de 2000, o Juiz assinou a sentença condenando as mineradoras a recuperarem o passivo ambiental. Dentre as condenadas estavam a FATMA e a CSN (na época estatal). O setor de inteligência do SIECESC percebeu que uma foto pode valer mais que mil palavras e recomendou as mineradoras que dessem um jeito nos lagos ácidos e nas montanhas de rejeitos. A bem elaborada maquiagem mudou um pouco o cenário da região, aterraram as crateras para evitar os lagos e plantaram gramas e eucaliptos sobre os rejeitos do carvão. Porém quando chove torrencialmente os rejeitos piritosos voltam a afetar as nascentes e córregos, consequentemente contaminado toda a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, por isso que seu pH é sempre abaixo de 3, quando o normal é 7. | |||
Até a fumaça emitida pelas altíssimas chaminés da usina Jorge Lacerda 856MW, em Capivari de Baixo/SC, ‘’visualmente reduziram’’. Possivelmente passaram a utilizar filtros mais eficientes ou qualquer outra manobra para parecerem ecologicamente corretos. Mas certamente continuam a despejar toneladas de gases venenosos diariamente na atmosfera de Santa Catarina (desde 1965), comprometendo a saúde de milhões de pessoas diretamente, mas sem comprovação porque o que não mata na hora não é levado a sério, principalmente se a conseqüência for derivada de poluição. É preciso provas e ‘’provas demoram a serem provadas’’. | |||
Grande parte da nossa luta sempre foi contra a atividade carbonífera, desde a brutal agressão proporcionada pela extração do minério que enriquece exageradamente os donos de minas até a famigerada queima do carvão mineral na usina Jorge Lacerda 856MW, de propriedade da multinacional Tractebel/Suez, em Capivari de Baixo, no sul de Santa Catarina. | |||
Mesmo com todo o caos ambiental da região sul de SC, reconhecido por decreto federal em 1980, com as denúncias ambientais, com a resistência dos agricultores e as ações judiciais acompanhadas pela criação de dois comitês, o de Bacias e o Gestor, a situação continua ainda gravíssima. Uma bem articulada manobra do Governo do Estado fez com que desistíssemos da reeleição a presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e renunciássemos a presidência como protesto. Desde então temos sofrido represálias e perseguições, inclusive ameaças de poderosos defensores do carvão, como também boicote da mídia regional. O Comitê Gestor para recuperação ambiental da bacia carbonífera foi criado pelo Governo Federal coincidentemente no ano da sentença e estranhamente desfeito agora em 2008, sem apresentar nenhum benefício à natureza, mesmo com os milhões de recursos oficiais destinados a sua recuperação. | |||
Mediante tanta calamidade pública no Estado de SC, lançamos um manifesto declarando Estado de Emergência Climática para a região mais afetada do país por eventos climáticos violentos, com freqüência e intensidade maior que outras épocas. Reivindicamos estudos mais profundos sobre as reais causas dos fenômenos naturais que tem ocorrido na planície, entre o oceano e as encostas da Serra Geral, pois não podemos confiar apenas na meteorologia. Outros fatores podem estar contribuindo no desequilíbrio do clima, como evaporações de calor emitido pelas chaminés, por exemplo. É preciso que o Estado invista mais em políticas preventivas e de adaptação, sobretudo nas comunidades que vivem em área de risco. | |||
Mas como poderemos confiar num governo que cria leis absurdas justamente no estado que mais precisa de áreas preservadas em encostas e margens de rios, apenas para favorecer o agronegócio da monocultura, da celulose, das madeireiras e da ganância infecciosa do lucro a qualquer custo, aprovando o inconstitucional Código Ambiental, versão impopular e criminosa do Código Florestal. | |||
O registro da ONG Sócios da Natureza no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA) tinha o objetivo de chegar ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). No dia da posse como Conselheiro, tivemos a sorte de contar com a presença do Prefeito de Araranguá e estrategicamente abordamos o Ministro Minc na saída do auditório para entregar textos denúncia e livros dos Amigos da Terra sobre os estragos do carvão em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, quando também o convidamos a participar do II Encontro sobre Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas na Região do Furacão Catarina. Na definição para as Câmaras Técnicas escolhemos a CT de Atividades Minerárias, Energéticas e Infra-estrutura (AMEI), objetivando a questão ambiental que nos afeta. Na última plenária utilizamos da Tribuna Livre para contestar a decisão do CONAMA de ‘’passar por cima’’ da CT AMEI direcionando proposta de mitigação das térmicas elaborada pelo IBAMA/MMA à CT de Controle e Qualidade Ambiental. | |||
A proposta, defendida pelo Ministro Carlos Minc, tem efeito paliativo, porque não resolve o problema das emissões, muito pelo contrário, de certa forma reconhece e oficializa a poluição, concede certa legitimidade a queima do combustível fóssil. O Protocolo de Kyoto foi bom para chamar atenção do mundo às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, mas é um balcão de negócios, onde o poluidor pode emitir gases venenosos e de efeito estufa desde que plante árvores. Ora, não é justo para a população e natureza de entorno a estes empreendimentos que ‘’paguem o pato’’, convivendo com recursos naturais degradados como a água e o solo, além do ar comprometido. | |||
Precisamos encontrar uma fórmula que até possa permitir que o poluidor passe a gastar com o plantio de árvores, primeiro que sejam nativas e não exóticas, segundo que sejam plantadas na região afetada. Uma outra condição é que passe adotar filtros que comprovadamente venham a reduzir gradativamente as emissões até o ano de 2020, por exemplo, com monitoramento sério, idôneo e independente. | |||
Não podemos concordar que um país que se diz avançado em geração energética, que é um dos poucos no mundo que já possui um Plano Nacional de Mudanças Climáticas, ainda permita e incentive em sua matriz energética a queima de combustíveis fósseis. | |||
Não podemos aceitar que o Estado não fiscalize adequadamente a atividade carbonífera, emitindo licenças facilitadas as mineradoras e não monitorando as emissões da usina Jorge Lacerda, ou seja, a própria usina que faz as medições das emissões de SO², NOx e CO². ‘’A raposa que cuida do galinheiro!!!’’ | |||
Não podemos ficar esperando que os órgãos responsáveis venham um dia agir fazendo cumprir a legislação brasileira vigente, que se diga, não é suficiente no monitoramento das emissões de gases venenosos das térmicas a carvão, tanto em SC quanto no RS. | |||
Não podemos ficar assistindo passivamente a ocorrência de fenômenos naturais, adversidades e mudanças climáticas ficarem castigando a nossa encantadora natureza do litoral catarinense e a população Barriga Verde, principalmente com as violentas enchentes, tornados, ciclones e do inédito furacão Catarina. | |||
Não podemos perder a oportunidade de readequar a legislação ambiental brasileira para controlar as emissões de gases, tanto dos que causam a imperceptível chuva ácida que mata e destrói paulatinamente a biodiversidade, quanto dos gases que provocam o efeito estufa, desequilibrando a climatologia da Terra. | |||
Tadeu Santos - Socioambientalista | |||
Sócios da Natureza – ONG Conselheira do CONAMA Biênio 2009/2011, pela região sul (SC,RS,PR). | |||
Araranguá - Santa Catarina, Junho de 2009 | |||
sociosnatureza@contato.net | |||
www.sociosnatureza.blogspot.com / www.tadeusantos.blogspot.com | |||
Sócios da Natureza | |||
==Carvão mineral == | ==Carvão mineral == |
Edição das 03h37min de 2 de novembro de 2009
O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos, cujos principais constituintes são os hidrocarbonetos. Os outros constituintes são compostos orgânicos contendo elementos químicos como nitrogênio, enxofre, oxigênio e metais.
O petróleo no estado líquido é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom.
O petróleo é um recurso natural não renovável, e a principal fonte de energia da economia mundial. Dele extraem-se variados produtos, sendo os principais: benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão e polímeros plásticos.
Origem, ocorrência e composição
O petróleo é o produto da compressão e aquecimento da matéria orgânica depositada junto com os sedimentos. O soterramento progressivo e conseqüente subsidência dessa matéria orgânica depositada juntamente com os sedimentos marinhos ou lacustres produz a compactação e formação de uma rocha chamada rocha geradora. A matéria orgânica, no estado sólido, presente na rocha geradora é chamada de querogênio. Com o incremento de temperatura, as moléculas do querogênio começam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, em um processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de geração, ocorra a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sob a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa e permeável chamada rocha reservatório.
Destilação do petróleo
O petróleo não é utilizado em seu estado bruto; são separados os seus distintos componentes, podendo ter cada um destes produtos usos adequados a suas características. De fato, o petróleo é matéria-prima de mais de 350 produtos.
A separação de ditos componentes realiza-se mediante destilação, processo mediante o qual se obtêm novas misturas de hidrocarbonetos, com uma gama de pontos de ebulição mais limitada que o petróleo original. Desta forma, o petróleo divide-se nas suas diferentes frações:
- Gases - metano e o gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha);
- Produtos leves - Gasolina e o querosene;
- Produtos intermediários - óleo diesel
- Produtos pesados - óleos lubrificantes, parafina e vaselina.
Gás natural
O gás natural é uma mistura de gases encontrado frequentemente separado do petróleo. Ainda que a sua composição seja diferente dependendo da fonte da qual é extraído, é composto principalmente por metano em quantidades que superam 90 ou 95%, e contém outros gases como nitrogênio , etano, CO2 ou restos de butano ou propano.
Agora também se está investigando as jazidas de hidratos de metano que se estima haver reservas energéticas muito superiores as atuais de gás natural.
Alguns dos gases de sua composição são eliminados porque não possuem capacidade energética (nitrogênio ou CO2) ou porque podem deixar resíduos nos condutores devido ao seu alto ponto de ebulição em comparação ao do gás natural (butano e propano).
É empregado como combustível tanto em indústrias quanto doméstico. É considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petróleo e o carvão.
As desvantagens do gás natural em relação ao butano é que ele é mais difícil de ser transportado, mais difícil de ser liquefeito, mais explosivo e mais tóxico.
Combustão
Implicações ambientais
O ÚLTIMO RESPIRO DE AR PURO! Um olhar socioambientalista sobre os impactos da exploração e queima do carvão mineral.
A poluição também está se tornando sofisticada e esperta. Não é mais como antigamente que ‘’desfilava publicamente pelos rios e pela atmosfera’’. Ela agora é quase invisível. Aqui não região carbonífera do Sul de Santa Catarina, mais precisamente em Criciúma, até a década de 1980, havia um cheiro insuportável de enxofre no ar, tipo ovo podre para quem chegava à cidade. Havia também montanhas de rejeitos expostos e centenas de lagos ácidos. As montanhas lembravam paisagens lunares. Os lagos ácidos chamavam atenção pela coloração ora vermelha ora amarela. A mineração agora utiliza muita água para reduzir a poeira que causa a incurável pneumonoconiose, mas ainda mantém o pobre mineiro num ambiente promíscuo e insalubre embaixo da terra para sobreviver doente sobre a mesma. O Estado reconhece o trabalho escravizante e exploratório do mineiro, por isso que o aposenta com 15 anos de tempo de serviço. Por volta de 1998 fotografamos os lagos mais ‘’impressionantes’’, publicamos na internet e em exposições fotográficas na região, vindo chamar a atenção do Dr. Paulo Afonso Blum Vaz, Juiz Federal da Comarca de Criciúma, que vez ou outra nos solicitava para apresentar em suas palestras pelo Brasil. Em Janeiro de 2000, o Juiz assinou a sentença condenando as mineradoras a recuperarem o passivo ambiental. Dentre as condenadas estavam a FATMA e a CSN (na época estatal). O setor de inteligência do SIECESC percebeu que uma foto pode valer mais que mil palavras e recomendou as mineradoras que dessem um jeito nos lagos ácidos e nas montanhas de rejeitos. A bem elaborada maquiagem mudou um pouco o cenário da região, aterraram as crateras para evitar os lagos e plantaram gramas e eucaliptos sobre os rejeitos do carvão. Porém quando chove torrencialmente os rejeitos piritosos voltam a afetar as nascentes e córregos, consequentemente contaminado toda a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, por isso que seu pH é sempre abaixo de 3, quando o normal é 7. Até a fumaça emitida pelas altíssimas chaminés da usina Jorge Lacerda 856MW, em Capivari de Baixo/SC, ‘’visualmente reduziram’’. Possivelmente passaram a utilizar filtros mais eficientes ou qualquer outra manobra para parecerem ecologicamente corretos. Mas certamente continuam a despejar toneladas de gases venenosos diariamente na atmosfera de Santa Catarina (desde 1965), comprometendo a saúde de milhões de pessoas diretamente, mas sem comprovação porque o que não mata na hora não é levado a sério, principalmente se a conseqüência for derivada de poluição. É preciso provas e ‘’provas demoram a serem provadas’’. Grande parte da nossa luta sempre foi contra a atividade carbonífera, desde a brutal agressão proporcionada pela extração do minério que enriquece exageradamente os donos de minas até a famigerada queima do carvão mineral na usina Jorge Lacerda 856MW, de propriedade da multinacional Tractebel/Suez, em Capivari de Baixo, no sul de Santa Catarina. Mesmo com todo o caos ambiental da região sul de SC, reconhecido por decreto federal em 1980, com as denúncias ambientais, com a resistência dos agricultores e as ações judiciais acompanhadas pela criação de dois comitês, o de Bacias e o Gestor, a situação continua ainda gravíssima. Uma bem articulada manobra do Governo do Estado fez com que desistíssemos da reeleição a presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e renunciássemos a presidência como protesto. Desde então temos sofrido represálias e perseguições, inclusive ameaças de poderosos defensores do carvão, como também boicote da mídia regional. O Comitê Gestor para recuperação ambiental da bacia carbonífera foi criado pelo Governo Federal coincidentemente no ano da sentença e estranhamente desfeito agora em 2008, sem apresentar nenhum benefício à natureza, mesmo com os milhões de recursos oficiais destinados a sua recuperação. Mediante tanta calamidade pública no Estado de SC, lançamos um manifesto declarando Estado de Emergência Climática para a região mais afetada do país por eventos climáticos violentos, com freqüência e intensidade maior que outras épocas. Reivindicamos estudos mais profundos sobre as reais causas dos fenômenos naturais que tem ocorrido na planície, entre o oceano e as encostas da Serra Geral, pois não podemos confiar apenas na meteorologia. Outros fatores podem estar contribuindo no desequilíbrio do clima, como evaporações de calor emitido pelas chaminés, por exemplo. É preciso que o Estado invista mais em políticas preventivas e de adaptação, sobretudo nas comunidades que vivem em área de risco. Mas como poderemos confiar num governo que cria leis absurdas justamente no estado que mais precisa de áreas preservadas em encostas e margens de rios, apenas para favorecer o agronegócio da monocultura, da celulose, das madeireiras e da ganância infecciosa do lucro a qualquer custo, aprovando o inconstitucional Código Ambiental, versão impopular e criminosa do Código Florestal. O registro da ONG Sócios da Natureza no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA) tinha o objetivo de chegar ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). No dia da posse como Conselheiro, tivemos a sorte de contar com a presença do Prefeito de Araranguá e estrategicamente abordamos o Ministro Minc na saída do auditório para entregar textos denúncia e livros dos Amigos da Terra sobre os estragos do carvão em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, quando também o convidamos a participar do II Encontro sobre Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas na Região do Furacão Catarina. Na definição para as Câmaras Técnicas escolhemos a CT de Atividades Minerárias, Energéticas e Infra-estrutura (AMEI), objetivando a questão ambiental que nos afeta. Na última plenária utilizamos da Tribuna Livre para contestar a decisão do CONAMA de ‘’passar por cima’’ da CT AMEI direcionando proposta de mitigação das térmicas elaborada pelo IBAMA/MMA à CT de Controle e Qualidade Ambiental. A proposta, defendida pelo Ministro Carlos Minc, tem efeito paliativo, porque não resolve o problema das emissões, muito pelo contrário, de certa forma reconhece e oficializa a poluição, concede certa legitimidade a queima do combustível fóssil. O Protocolo de Kyoto foi bom para chamar atenção do mundo às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, mas é um balcão de negócios, onde o poluidor pode emitir gases venenosos e de efeito estufa desde que plante árvores. Ora, não é justo para a população e natureza de entorno a estes empreendimentos que ‘’paguem o pato’’, convivendo com recursos naturais degradados como a água e o solo, além do ar comprometido. Precisamos encontrar uma fórmula que até possa permitir que o poluidor passe a gastar com o plantio de árvores, primeiro que sejam nativas e não exóticas, segundo que sejam plantadas na região afetada. Uma outra condição é que passe adotar filtros que comprovadamente venham a reduzir gradativamente as emissões até o ano de 2020, por exemplo, com monitoramento sério, idôneo e independente. Não podemos concordar que um país que se diz avançado em geração energética, que é um dos poucos no mundo que já possui um Plano Nacional de Mudanças Climáticas, ainda permita e incentive em sua matriz energética a queima de combustíveis fósseis. Não podemos aceitar que o Estado não fiscalize adequadamente a atividade carbonífera, emitindo licenças facilitadas as mineradoras e não monitorando as emissões da usina Jorge Lacerda, ou seja, a própria usina que faz as medições das emissões de SO², NOx e CO². ‘’A raposa que cuida do galinheiro!!!’’ Não podemos ficar esperando que os órgãos responsáveis venham um dia agir fazendo cumprir a legislação brasileira vigente, que se diga, não é suficiente no monitoramento das emissões de gases venenosos das térmicas a carvão, tanto em SC quanto no RS. Não podemos ficar assistindo passivamente a ocorrência de fenômenos naturais, adversidades e mudanças climáticas ficarem castigando a nossa encantadora natureza do litoral catarinense e a população Barriga Verde, principalmente com as violentas enchentes, tornados, ciclones e do inédito furacão Catarina. Não podemos perder a oportunidade de readequar a legislação ambiental brasileira para controlar as emissões de gases, tanto dos que causam a imperceptível chuva ácida que mata e destrói paulatinamente a biodiversidade, quanto dos gases que provocam o efeito estufa, desequilibrando a climatologia da Terra.
Tadeu Santos - Socioambientalista Sócios da Natureza – ONG Conselheira do CONAMA Biênio 2009/2011, pela região sul (SC,RS,PR). Araranguá - Santa Catarina, Junho de 2009
sociosnatureza@contato.net www.sociosnatureza.blogspot.com / www.tadeusantos.blogspot.com
Sócios da Natureza
Carvão mineral
É encontrado na Natureza em diferentes teores de carbono, dependendo-se de sua idade geológica.
Turfa
Linheto
Hulha
Coque
Resíduo do refino do petróleo, é a parte da qual não conseguimos tirar mais nada, já não se consegue separar os hidrocarbonetos para obter um derivado.