Introdução à programação/Programar
Introdução
Nos dias que correm, não saber trabalhar com computadores é considerada iliteracia e esta nossa "pequena" dependência nessas caixas grandes e feias, que realmente parecem desconhecer a palavra estilo, pode ser-nos cara. E aí é que entra o software livre para nos salvar, com a promessa de disponibilizar todos os programas que necessitarmos, actualizados e protegidos, pelo custo de nada.
Os programas que nós usamos no dia-a-dia são todos escritos em ficheiros de texto antes de serem "transformados" em programas que nós possamos dar ao computador para ele correr. Nesses documentos são escritas instruções que o computador depois irá, às vezes bastante infernalmente, seguir à risca. Todo o processo também é designado por codificação.
A programação
O Leitor ouve (quase) todos os dias a palavra "programação", conhece o seu significado, mas, provavelmente, desconhece o que faz, como se faz e quem faz! Bem, programar (ao contrário de que muita gente diz) é fácil, a dificuldade encontra-se ao príncipio (para mal dos pouco persistentes) onde é necessário começar-se a perceber como uma máquina "pensa". No nosso quotidiano a comunicação é feita de um modo natural e raramente temos consciência das regras que aplicamos na nossa linguagem. O destino da aprendizagem de uma linguagem de programação é exactamente a mesma: aplicação de regras inconscientemente. Obviamente que as regras de uma linguagem de programação diferem das regras da comunicação verbal humana, ou seja, não posso comunicar com uma máquina da mesma forma como comunico com um humano. Segue-se um exemplo de conversão de português para linguagem lógica genérica (o esquema padrão usado em qualquer linguagem de programação):
"Se tu fizeres isso, ganhas isto, senão ganhas aquilo" Conversão lógica: IF isso; THEN isto; ELSE aquilo;
Imagine-se se para escrever um programa usássemos a linguagem verbal quotidiana: haveria, pelo menos, uma vantagem e uma desvantagem. A VANTAGEM: Viva a língua... seria tão fácil para um lerdo dialogar com o computador da mesma maneira que fala com um humano... a escrita de programas não requeria aprendizagem de nenhuma linguagem lógica. A DESVANTAGEM: Além de haver mais de 150 línguas por todo o mundo (o que impossibilitaria o contacto entre vários módulos), haveria muitos, mas mesmo muitos mais erros de programação do que com uma linguagem simples e limpa (como a C, por exemplo) - um racio de mil milhões para apenas um erro. Isto deve-se ao facto da enormidade de regras existentes na nossa lingua (algumas delas desnecessárias segundo a "lógica"). Portanto, escrever numa linguagem de programação pode requerer esforço, porém é bem mais simples de se organizar.
CURIOSIDADE: Experimente, se tiver tempo, em aprender uma linguagem de programação e uma língua humana sua desconhecida... verá que aprenderá a sintaxe da linguagem de programação muito mais cedo que as regras dessa mesma língua humana.
No capítulo seguinte iremos aprender como se dá o processamento de dados numa máquina e como se estrutura um programa.