A digitalização fundamental impulsionada pela doença pandêmica trouxe consigo um aumento no número de fraudes financeiras aplicadas no Brasil. Os números, que continuam a crescer, são impressionantes: de acordo com a Serasa Experian, a cada 8 segundos há uma tentativa de fraude no território; entre abril e maio, segundo a Psafe, foram registradas quase 7.000 tentativas diárias de golpes em relação ao PIX.
O segmento de crédito fintech, que se consolidou e continua a crescer, também entrou no radar dos fraudadores, que começaram a usar o nome de verdadeiros fintechs para dar empréstimos errados, cobrar taxas inexistentes e desaparecer, deixando um rastro de perdas.
Para combater este deslocamento, que se intensificou nos últimos meses, a Agrupación De Brasil de Crédito Digital (ABCD) e seus membros lançaram uma campanha que inclui a publicação abrangente de diretrizes de estabilidade em redes sociais e sites da entidade e de fintechs concorrentes para ajudar os consumidores a evitar cair em fraudes.
“Estamos constantemente atentos ao uso indevido dos nomes de fintechs de crédito e, além disso, de nossa entidade, cujo selo de integridade associado foi usado para oferecer autenticidade a sites mal orientados e fraudulentos. Entretanto, o simples rastreamento e acusação de endereços de e-mail e números de telefone envolvidos na prática criminal não teve o impacto esperado, porque os fraudadores têm em suas mãos um número infinito de celulares e endereços de e-mail, que são substituídos rápida e facilmente”, confirma Claudia Amira, diretora executiva da ABCD.
Thiago Gaspar, diretor financeiro e de operações da GYRA+, assegura que as informações podem fazer a diferença. Ele relata que o nome e a identidade visual da fintech foram usados por fraudadores em websites e perfis errôneos em redes sociais, que foram sistematicamente desmantelados, oferecendo créditos a indivíduos quando na verdade a organização só serve a pessoas jurídicas.
“A abordagem é constantemente ativa, e o discurso envolve uma restrição ou seguro que precisa de um pagamento adiantado para a liberação de crédito. Normalmente os golpes variam de R$ 300 a R$ 500, mas os criminosos são ousados e intuem a partir das respostas da vítima até onde podem ir”, explica ele. Diante do crescimento dos casos envolvidos com a área, a GYRA+ integrou uma janela pop-up em seu site com os números que atualmente imitam a GYRA+ no Whatsapp. Além disso, reforçou publicações em suas redes sociais detalhando como os criminosos se comportam para facilitar a identificação de uma fraude desde o início da abordagem.
“A Fintechs ganhou muita visibilidade nos dois últimos anos, principalmente por causa da qualidade de seus serviços e da estabilidade que eles proporcionam”. O uso dos nomes dessas organizações em fraudes tende a trazer males para a imagem do setor, devido ao fato de que os consumidores assustados têm a possibilidade de concluir optando por migrar para outras fontes de financiamento”, incorpora Gaspar.
Tendo também recebido acusações constantes sobre o uso de sua marca em tentativas de golpe, a OpenCo desenvolveu uma redação crítica para orientar os consumidores que entram em contato conosco para denunciar a ação criminosa. “Descrevemos nossos próprios processos e deixamos claro que não possuímos ou temos qualquer interação com os golpistas. Deixamos claro que a cobrança de comissões é ilegal e damos dicas de como proceder se a fraude foi bem sucedida”, diz Andreia Souza Melo, chefe de prevenção de fraudes da fintech. “Também enviamos as queixas para uma organização especializada que nos ajuda a solicitar a evacuação dos locais e números de telefone utilizados pelos golpistas”, diz Andreia.
Entre as diretrizes de estabilidade que a campanha pretende reforçar, permanecem:
- Pedir qualquer pagamento para liberar o crédito já sugere fraude, devido ao fato de que a cobrança antecipada é ilegal. Comumente, os criminosos comentam que o valor está relacionado a um imposto, a um seguro ou mesmo a uma taxa para melhorar a pontuação de crédito. Nada disto existe.
- O crédito fintechs não tem o hábito de se dirigir aos consumidores pela Whatsapp, ou seja, ativamente. Portanto, é essencial não responder aos contatos ou clicar em links não solicitados enviados.
- Evite ofertas tentadoras e condições inacreditáveis. Elas geralmente precedem pedidos que envolvem pagamentos ilícitos.
- Antes de entrar em contato com uma organização, é essencial verificar seus canais oficiais e fazer uma boa pesquisa na Internet para confirmar sua seriedade. Vale a pena procurar reportagens na mídia, pesquisar por reclamações em sites especializados e fóruns online.
- Até que você esteja absolutamente seguro de que está lidando com uma entidade confiável, você deve evitar o envio de dados e documentos individuais que permitam aos prováveis criminosos usar as informações para fazer empréstimos em nome de outras pessoas.
- Nos casos em que o esquema foi realizado, a vítima deve denunciar o perfil na rede social onde o crime ocorreu e expor uma acusação policial. Se algum pagamento tiver sido feito, é necessário entrar em contato com o banco e também com a entidade beneficiária.
Sem comentários! Seja o primeiro.